sexta-feira, 26 de julho de 2013

Sê bem-vinda! A casa é sua!



Reconto uma experiência de Jesus relatada no Evangelho de Lucas 10.38-42: Jesus e seus discípulos chegaram até a casa de duas irmãs, suas amigas, Marta e Maria. Jesus foi recepcionado com carinho. Marta procurou fazer tudo na casa para acolher bem Jesus. Maria procurou acolher Jesus sentando-se aos seus pés e ouvindo o que Ele tinha para contar. Cansada com tantos afazeres, Marta reclama com Jesus que sua irmã não a estava ajudando. Jesus, então, chama a atenção de Marta com carinho e amizade, abrindo seus olhos para perceber algo a mais.
Penso que a história de Marta e Maria é bem conhecida.
Permitam-me perguntar se você gosta de receber visita. E, caso goste, o que você faz quando sabe que irá receber uma visita? Especialmente de alguém que ama? Imagino que se esmera por preparar uma boa comida, um bom quarto, uma cama com lençóis limpos e cheirosos, um bom cobertor – ainda mais no frio que faz aqui no sul do Brasil – procura arrumar a casa, o pátio e o que for preciso. E, se esta visita for do próprio Jesus? Ah! Então imagino o quanto ainda não procuraríamos fazer.
Mas pense se a visita desejada ou a visita de Jesus vier sem aviso prévio? Quando menos se espera, eis que Ele bate à porta. Foi assim com Marta e Maria.
Ambas se alegraram com a visita. Mas cada uma procurou dar uma ênfase diferente para receber bem Jesus. Marta queria preparar bem aquilo que chamamos de “físico”: comida, quarto, a casa. Maria queria acolher bem Jesus, sentando-se para conversar com Ele. Não há nada de errado com a preocupação de ambas, mesmo tão diferentes. O que trouxe problema foi quando o receber bem ficou apenas em uma esfera.
É claro que amamos ser recebidos com tudo preparado com carinho. Mas isso não pode ser mais importante que sentar e conversar com quem nos visita. A outra pessoa percebe o quanto é bem-vinda a partir de nossa postura em ouvi-la e conversar com ela. Naquele momento, quem sabe, Jesus precisava conversar, queria contar o que tinha vivido, por onde havia caminhado, o que havia visto. Talvez quisesse ouvir algo a mais sobre a vida das irmãs. É claro que não dá apenas para ficarmos conversando. Caso fiquemos apenas nesta parte, a visita poderá não ter algo para comer ou onde repousar. Ser hospitaleiro significa encontrar tempo para cada coisa: tempo para conversar e para ouvir e tempo para preparar uma boa comida, um bom chimarrão, um bom lugar.
Ao chamar a atenção de Marta, Jesus queria ajudá-la também a perceber que ela não precisava “matar-se” para fazer tudo. Ele estava ali também para ajudar. Jesus, assim, livra Marta e todas as mulheres da tarefa de ter que fazer tudo simplesmente porque isso, segundo os costumes, é tarefa que cabe à mulher. Homens e mulheres são alvos do amor e da graça de Deus. E ambos têm a chance de trabalhar juntos, também dentro de casa.
Também hoje Jesus vem nos visitar, sob tantas e diversas formas. Estejamos atentos. O exercício da hospitalidade inicia em casa, com os nossos e se estende ao próximo. Quantos que, ao acolherem o próximo, receberam o próprio Jesus em sua casa.
Lembre-se: Deus nos acolhe primeiro, em sua casa, em seus braços. Porque Deus nos acolhe, também podemos ser hospitaleiros, acolhendo com gratidão e alegria.
Abençoada semana! Cheia da boa hospitalidade que vem do próprio Deus. Amém.


Pa. Ms. Ana Isa dos Reis
Pastora na Comunidade Evangélica Ijuí
 

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