terça-feira, 30 de outubro de 2012

Amor, parceria e reconhecimento...

“Minha querida Kate me mantém jovem, e em boa forma também… Sem ela, eu ficaria totalmente perdido. Ela aceita de bom grado minhas viagens e quando volto, está sempre me aguardando com alegria. Cuida de mim nas minhas depressões e suporta meus acessos de cólera. Ela me ajuda em meu trabalho, e acima de tudo, ama a Cristo. Depois dEle, ela é o maior presente que Deus já me deu nesta vida. Se algum dia, vierem a escrever a historia de tudo o que já tem acontecido (a Reforma), espero que o nome dela apareça junto ao meu. Eu oro por isso…” Lutero

Texto do P. Em. Günter Adolf Wolff

Foi solicitado que publicássemos aqui no BLOG o artigo publicado na Página 12 da Edição 26 do Jornal Sinodal O Planalto, texto esse escrito pelo P. Emérito Günter Adolf Wolff. Reação ao texto podem ler aqui no BLOG: http://www.sinodoplanalto.blogspot.com.br/2012/10/subsistencia-ministerial-defasagem.html

Somos pobres!

A APPI - Associação de Pastoras e Pastores da IECLB - está fazendo uma luta pela reposição da Subsistência Ministerial defasada desde 1997 entre 70% a 80% (em 1997 a Subsistência Ministerial com o Adicional Previdenciário estava em 9,1 salários mínimos e hoje está em 4,8 salários mínimos) e está pedindo uma reposição salarial de 20% para 2013 e mais 20% em 2015. Posso muito bem me imaginar as reações nos Conselhos Paroquiais onde as pessoas dirão: "Não podemos repor estas perdas salariais porque isto vai onerar demais os nossos membros, pois somos uma paróquia pobre e os nossos membros são pobres!"
Se os membros da IECLB são em sua maioria pobres, o que é de fato verdade, então a sua paróquia está fazendo um trabalho de base com estes pobres para acabar com a sua pobreza e a pobreza em geral, atacando as raízes da pobreza?
A sua paróquia está fazendo um trabalho de base com o MST - Movimento dos Sem Terra - na luta pela Reforma Agrária para que os/as filhos/as dos pequenos agricultores, que não tem condições de comprar terra para seus filhos/as, possam ser assentados no programa de reforma agrária do governo federal? Não?
A sua paróquia está fazendo um trabalho de base com o MPA - Movimento dos Pequenos Agricultores - na luta pelas sementes crioulas para baixar o custo de produção no plantio e contra as sementes transgênicas que nos subordinam aos interesses das multinacionais das sementes e dos venenos? Não?
A sua paróquia está fazendo um trabalho de base com o MMC - Movimento de Mulheres Camponesas - para lutar pela igualdade de gênero, salarial e iguais condições de vida para todos e todas e pela preservação das sementes crioulas para ficarmos independentes dos interesses das multinacionais, do veneno e das sementes transgênicas, que nos exploram e ameaçam a biodiversidade? Não?
A sua paróquia está fazendo um trabalho de base com o MAB - Movimento de Atingidos por Barragens - para lutar contra a expropriação das terras dos pequenos agricultores à beira dos grandes e médios rios onde o grande capital quer construir barragens para lucrar com a venda da energia e para as grandes empresas capitalistas poderem produzir mercadorias baratas para poderem competir no mercado internacional à custa da expulsão dos pequenos agricultores de sua terra? Não?
A sua paróquia está fazendo um trabalho de base com o Movimento Sindical, tanto da cidade como no campo, para que haja preços justos para os produtos agrícolas, para que haja produtos que não ameacem a saúde dos consumidores e para que haja um salário digno para os/as operários/as e condições dignas, saudáveis e humanas de trabalho? Não?
A sua paróquia está fazendo um trabalho de base com os movimentos ecológicos na luta contra o agronegócio que quer destruir o ecossistema Amazônico, o Cerrado, o Pantanal, a Caatinga e o que resta da Mata Atlântica? Não?
A sua paróquia está fazendo um trabalho de base com a CPT - Comissão Pastoral da Terra - na luta contra o trabalho escravo promovido pelo agronegócio e pela reforma agrária? Não?
A sua paróquia está fazendo um trabalho de base com o MTD - Movimento dos Trabalhadores Desempregados - para que haja emprego digno e dignamente remunerado para todas as pessoas? Não?
A sua paróquia está fazendo um trabalho de base com o MTST - Movimento dos Trabalhadores Sem Teto - para que haja moradia digna para todas as famílias neste país? Não?
A sua paróquia está fazendo um trabalho de base com o movimento agroecológico pela reforma agrária, pela produção de alimentos saudáveis e contra os agrotóxicos? Não?
Então eu não entendo este argumento de que a sua paróquia é pobre e que os membros da IECLB são pobres se não estão fazendo nenhum trabalho de base para acabar com a pobreza e as suas raízes encravadas no sistema econômico capitalista predador. O Concílio Geral de 1982 já ordenou para se fazer um trabalho de base na paróquia com os pobres para acabar com a pobreza e as injustiças neste país e a sua paróquia ainda hoje, 30 anos depois, não tem nenhum trabalho de base que ataque as causas da pobreza. Para relembrar a ordem deste Concílio a cito e também o que diz parte da Mensagem deste Concílio:
"Para que todos possam usufruir das dádivas do Criador, agindo responsavelmente diante delas, propomos o seguinte:
- realizar campanha de ampla informação e conscientização dos problemas agrários e urbanos:
- apoiar o agricultor na sua luta pela permanência no campo:
- assumir e defender com responsabilidade evangélica as reivindicações dos movimentos sociais, fazendo um trabalho de base com associações de bairros, atingidos por barragens, colonos sem terra, bóias-frias, sindicatos, proteção ambiental, além de inúmeras outras formas de atuação onde o amor de Deus quer se tornar vivo e real entre as pessoas."
Cito também parte das decisões deste Concílio:
"Apoio engajado e consciente ao pequeno agricultor e à pequena indústria, dentro da perspectiva de um modelo simples de vida, decorrente do próprio Evangelho. Por isso apoiar:
a)     Movimentos populares, associações de bairro, órgãos de classe, sindicatos dos trabalhadores rurais, cooperativismo sadio.
b)     Projeto de CAPA (Centro de Aconselhamento ao Pequeno Agricultor), LACHARES, grupos em defesa da ecologia e ambiente natural
c)     Movimentos no espírito de não violência
d)    As prioridades de ação da IECLB e confessionalidade luterana".
Se depois de 30 anos a sua paróquia ainda não tem nenhum trabalho de base com os movimentos sociais e sindicais que ataque frontalmente as raízes da pobreza então os seus argumentos não passam de farisaísmo demagógico e sem vergonha. Por que? Porque na verdade na sua paróquia só tem pobres no exato momento, e tão somente, enquanto se discute o orçamento da paróquia para o ano seguinte. O argumento da pobreza só existe para conseguir baixar os custos da contribuição dos membros e não há nenhuma preocupação com os pobres e com um trabalho de se acabar com a pobreza e suas raízes históricas. Após esta discussão os pobres e a preocupação com eles desaparecem. Isto é demagogia e farisaísmo.
Não só isso, mas isto é traição ao santo Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo que ordena acolhermos as vítimas do sistema deste mundo, como está escrito claramente em Mt 25.31-46.
Pior ainda: aposto que se o/a pastor/a quisesse ou estivesse fazendo um trabalho de base com o MST, MPA, MMC, CPT, MTST, MTD, etc. a paróquia não renovaria o TAM e na Avaliação este/a pastor/a receberia como conseqüência de seu trabalho a resolução de ter que se afastar desta paróquia porque os membros não admitem que seu/sua pastor/a faça um trabalho de base com os pobres que vá além da distribuição de roupas velhas e de alguns alimentos.
Então, não me venha com esta conversa demagógica e farisaica de que a Igreja tem que olhar para os pobres se a sua paróquia nunca olhou para os pobres, nem os acolheu e nunca fez nenhum trabalho de base para organizar os pobres através de suas entidades de classe e para em conjunto com eles lutar contra as raízes da pobreza.
Palmitos, 1° de maio de 2012.
Pastor Emérito Günter Adolf Wolff

Homenagem na Câmara Municipal de Novo Hamburgo 25 Anos do Programa Conversando com Você

A partir da iniciativa da Vereadora Anita Beatriz Doria Lucas de Oliveira a Câmara de Vereadores de Novo Hamburgo/RS fará uma homenagem pelos 25 Anos do Programa Conversando com Você.

Horário: 15:00
Local: Câmara Municipal de Novo Hamburgo/RS - Novo Hamburgo/ RS, Brasil

Observação: Caso você queira adquirir o Livro e o CD Coletânea para Servir - 25 anos Conversando com você! pode entrar em contato com a Pastora Sonja Hensrich E-mail: sonjinhahj@brturbo.com.br
Preço: Livro R$ 15,00 (Com 100 meditações) e CD R$ 10,00 (Com 25 mensagens)

Culto de Gratidão e Envio à Aposentadoria do Pastor Hans Strunck


O Sínodo Planalto Rio-Grandense, a Paróquia de Ajuricaba e o Pastorado de Nova Ramada convidam para o Culto de Gratidão e Envio à Aposentadoria do Pastor Hans Strunck.
Neste Culto queremos agradecer a Deus pela dedicação ao Ministério Pastoral exercido nas Comunidades da IECLB. Queremos deixar um abraço pelo convívio e amizade. Vamos elevar nossa prece a Deus pedindo a bênção ao Pastor Hans Strunck e sua família, nessa nova etapa da vida.
O Culto será presidido pelo Pastor Sinodal João Willig e será realizado às 10h00min do dia 04 de novembro de 2012 na Igreja da Comunidade Evangélica São Miguel do Barro Preto, Município de Nova Ramada/RS.
Após o culto será oferecido um almoço.

Pastor Hans Strunck

495 anos da REFORMA


Significado da Rosa de Lutero, resumo gráfico da fé luterana, que amanhã, 31 de outubro, está de aniversário:

Cruz (preta): no centro da rosa, lembra que Deus vem ao nosso encontro com o seu amor através de Jesus crucificado.

Coração (vermelho): significa que Cristo agiu na nossa vida através da cruz, e que ela recebe novo sentido, se Cristo for o seu centro.

Rosa (branca): significa que, quando a cruz de Cristo tem lugar em nossa vida, ocorre uma transformação que traz verdadeira paz e alegria. A cor branca representa o reino de Deus. Todas as promessas de Cristo também são representadas por essa cor branca.

Fundo (azul): Deus está conosco. Podemos viver com e para Deus, como sinais de seu reino, já aqui e agora. Mas a cor azul é também esperança no futuro, pois lembra a eternidade.

Anel (dourado): o ouro é o metal mais precioso. Este anel representa as dádivas que recebemos através da cruz e ressurreição de Jesus. A vida para a fé e o amor a serviço de Cristo é o que temos de mais precioso.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Dia da Reforma



Dia 31 de outubro, quarta feira, é Dia da Reforma, não haverá expediente na Secretaria Sinodal.

Em caso de emergência entrar em contato com o celular 54 8416 4444.


Atenciosamente,

Angela Beatriz Schmitz
Secretária Executiva
Sínodo Planalto Rio-Grandense-IECLB
Fone/Fax: (54) 3331 1787
Celular: (54) 8408 9948

REFORMA, MORTE E RESSURREIÇÃO



            “Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens.” 1 Co 15. 19
O tempo de Reforma e Finados é propicio à reflexão sobre a relação entre ambos, por mais que pareçam assuntos, datas, ou temas desconexos.
Num espaço de três dias celebramos a descoberta da liberdade cristã feita por Lutero. O Deus Justo, O Pai Misericordioso, Amoroso que se revelou em Jesus Cristo, do qual nada pode nos separar (Rm 8.31-39). E também lembramos a memória dos nosso/as queridos/as que já faleceram, os quais, viveram na promessa da ressurreição para a vida eterna, assim como nós vivemos.
Sabemos que a morte quando se faz presente em nosso meio deixa marcas profundas. Leva nossos entes-queridos deixando em seu lugar, a dor, saudade, tristeza... enfim, um vazio indescritível que nos assombra diariamente. A certeza que nós carregamos de que um dia vamos morrer, também nos inquieta, e por mais que nós creiamos na promessa da vida eterna, não deixamos de nos preocupar diante da dura realidade da morte.
            Talvez a preocupação com a morte e o julgamento, a ameaça do purgatório tenham sido um dos assuntos mais relevantes para Lutero no movimento da Reforma, visto que era uma de suas preocupações pessoais a de agradar a Deus e conseguir perdão e salvação.
            A partir da Reforma descobrimos que é impossível agradar a Deus com obras. A pratica da indulgência em nosso tempo se mascara na barganha. Quando alguém se propõe a “ofertar” ou ser “dizimista” para obter algum “favor” de Deus. Mas sabemos que ressurreição não depende de nós, mas sim do amor de Deus; não podemos alcançá-la por meio de negociações ou por que fomos bonzinhos, mas, sim pela vontade de Deus que concede a sua graça àqueles que crêem que seu Filho e nosso Senhor Jesus entregou sua vida por nós, ressuscitando dentre os mortos e vencendo a morte.
Necessitamos, portanto, do amor, da misericórdia e da graça de Deus, para sermos ressuscitados e termos a vida eterna em Cristo. Que, como o dicionário bem define, é ressurgir para uma vida nova, vida em perfeição.pois, morremos por completo e somos ressuscitados por completo.
             A partir da Reforma, nos descobrimos pessoas libertas, sujeitas ao senhorio de Jesus Cristo o qual aponta para a vida nova, a ressurreição, da qual Ele é penhor.
            Por isso, a partir de nossa fé entendemos, que a Reforma também é morte e ressurreição. “Morte” de um conceito e ressurgir para a liberdade de servir a Deus por amor, por fé e por esperança na vida eterna.
            Por isso, permaneçamos firmes nas promessas de Jesus, apesar de este também ser um tempo de saudades e de lembrar a memória, este também é tempo de esperança na ressurreição.
              Pastor Ademir Trentini/Ibirubá,RS

Nascimento de Davi Wolter Trentini


Viemos por meio deste, com grande alegria comunicar oficialmente à Secretaria Geral da IECLB e ao Sínodo Planalto Rio-Grandense, bem como ao Pastor Sinodal João Willig e demais colegas o nascimento de nosso filho Davi Wolter Trentini, ocorrido ontem, dia 25 de Outubro de 2012 no Hospital Annes Dias de Ibirubá-RS, às 11:15 da manhã, pesando Kg 3.270 e medindo 50 cm. O pequeno Davi e a mãe estão bem e devem vir para casa no máximo até amanhã sábado.
Att.
P. Ademir Trentini e Diác. Roselaine Wolter

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

SUBSISTENCIA MINISTERIAL DEFASAGEM?



Publicamos abaixo um texto do Senhor Eldevir Friske. É uma reação ao texto do Pastor Emérito Günter Adolf Wolff, que foi publicado na página 12 da edição 26 do Jornal Sinodal O PLANALTO.


SUBSISTENCIA MINISTERIAL DEFASAGEM?


Na edição anterior deste informativo ( artigo da contra  capa) o autor (Ministro Günter Wolff) refere que os Pastores, através de sua associação estão a reivindicar reposição da SM (Subsistência Ministerial) na ordem de 40%. Fundamenta a pretensão com base na defasagem SM/Salário Mínimo. Com o devido acatamento utilizar o salário mínimo como parâmetro comparativo é uma atitude por demais simplista, senão oportunista, na medida que como é notório o Mínimo Nacional teve consideráveis avanços, recuperando, por exemplo o expurgo inflacionário de março 1990 (84,32%), diga-se anteriormente já repassado aos salários em geral, inclusive a remuneração dos Pastores. Soma-se a essa recuperação significativo ganho real, especialmente a partir de 2001.
Simplificação por simplificação diga-se, por exemplo, que em janeiro de 2004 uma UPM equivalia a 0,6278 dólares (1,8396/2,93). Hoje (setembro 2012) corresponde a 1,4621 (2,9535/2,02) da moeda americana.
Como nenhuma das referencias isoladamente serve de indicador, a primeira (salário mínimo) como já referido teve ganhos reais expressivos, e a segunda (dólar) perdeu força frente a valorização do real, necessários alguns esclarecimentos.
Em junho de 1995 (coincidentemente, como agora, período em que a oferta de Ministros era menor que a demanda) os então pastores pressionaram e a IECLB atendeu a reivindicação reajustando seus vencimentos a partir da correção da UPM desde a sua criação (setembro 1990), utilizando como referencial o IPC apurado pela IEPE, diga-se, bem superior ao INPC utilizado como parâmetro pela política oficial de correção para os salários em geral. A sistemática resultou em ganho real pois enquanto, por exemplo, em julho de 1994 o INPC foi de 7,75%, o IPC (IEPE) utilizado pelo então Conselho Diretor da IECLB foi de 20,81%. Na época, em que pese o momento inoportuno (face a pseudo valorização do real e outros fatores externos, os produtos agrícolas, principal fator de renda de boa parte dos membros da IECLB, tiveram considerável baixa em sua cotação) a reposição se justificava, pois efetivamente havia defasagem em relação a inflação então vigente. Descarte-se, portanto, perdas anteriores a julho/1995, pois, como visto, foram repostas com vantagens.
A partir de então a SM foi reajustada de acordo com os percentuais de variabilidade aplicados a UPM. Isto por si só, já descaracteriza a alegação de defasagem na remuneração (ou teria a IECLB durante quase vinte anos se utilizado de indicador inferior ao índice oficial de correção dos salários?).
Assim em janeiro de 1997 (período referido pelo Ministro Günter) a SM (1125 UPMS) equivalia a R$ 1.215,00 (1125 x 1,08). Atualmente (vigência a partir de janeiro) as mesmas 1125 UPMS representam R$ 3.183,75 (1125 x 2,83). Por conseqüência temos uma variação de 162,04%. No mesmo período o INPC, índice que baliza a correção dos salários em geral foi de 154,57%. Considerando que a partir de janeiro de 2012 a SM teve um incremento de 50 UPMS se verifica ganho real de 7,50% no valor da SM, considerada a variabilidade do INPC (1175 UPMS x 2,83 = 3.325,25/1.125 UPMS x 1,08 + 154,57% = 3.093,03).
Claro pois, que na prática, a APPI, talvez sugestionada pela nova roupagem dada a remuneração dos Pastores (Subsistência Ministerial) e aproveitando o momento favorável, quer mudar a regra em meio ao jogo (ou os Ministros (as) quando assumem uma paróquia não sabem do valor da remuneração e a metodologia de sua correção?), sem consultar o outro time, o que paga.
Oportuno destacar que também integram a remuneração dos Pastores o ATS, na ordem  de 2% nos primeiros 10 anos e de 1% a partir do 11º ano de atividade (na iniciativa privada o índice médio é de 2% a cada cinco anos) salário família, 5% por filho até 18 anos  (no setor privado o valor é de R$ 22,00 para faixa salarial até R$ 915,05. Acima desse valor não tem direito). As duas rubricas não incidem sobre a parcela adicional previdenciária (165 UPMS). Temos ainda as vantagens indiretas como moradia, água, energia elétrica (as duas últimas se por liberalidade da paróquia). Mais recentemente (2011 e 2012) as comunidades passaram a contribuir para a seguridade Ministerial (plano de saúde dos Ministros) e para reserva ministerial (espécie de FGTS). As duas rubricas consomem 3% da receita das comunidades e por conseqüência prática o dizimo (embora a rotulagem diferente e o contraditório) passou de 10 para 13%.
A quantificação e avaliação do quantum fica a cargo do leitor se assim o desejar.
Quanto a afirmativa do Pastor Günter de que os Conselhos Paroquiais usam o argumento da pobreza tão somente para conseguir baixar os custos da contribuição dos membros, entendemos oportunas algumas colocações.
Acreditamos que a questão da contribuição (enquadramento, pagamento, inadimplência) independe da situação socioeconômica dos membros (pessoalmente embora não possa precisar, penso que na média, os membros se situam na faixa intermediária, nem ricos, nem pobres) tendo sim relação direta com o envolvimento e participação.
Pela vivencia e convivência ao longo de 24 anos de atuação como Presbítero (Comunidade e Paróquia) me atrevo a distribuir os membros (ao menos a nível de Sínodo Planalto Riograndense) em três categorias. Os ativos/participantes, os ausentes/reticentes e os to nem aí. (Não consegui definir se os adjetivos “farisaísmo demagógico e sem vergonha” são restritos aos Conselhos Paroquiais ou se estendem aos demais membros).
O 1º grupo, formado normalmente por presbíteros e ex integrantes dos presbitérios e suas esposas (geralmente senhoras da OASE) além das lideranças dos campos de trabalho e também por um percentual de outros membros (geralmente pessoas de mais idade), são os que via de regra ajudam a carregar o piano, inclusive no que toca a questão financeira, via aporte de recursos provenientes de promoções. Em decorrência de sua ativa participação, por vezes são taxados de coiós, ou puxa-saco do Pastor. Alguns pela sobre carga cedem as tentações e migram para o 2º grupo. Este, possivelmente o mais representativo, participa de forma variável e ou eventual. Se constantemente incentivados, lembrados, cobrados os membros participam com maior assiduidade de promoções e mesmo que de forma irregular contribuem financeiramente. Normalmente estão atentos ao valor da contribuições e se estas sofrerem reajustes acima da inflação reclamam, chegando por vezes a se afastar migrando para o 3º grupo. O 3º segmento é integrado por membros que participam quando absolutamente indispensável e mesmo assim, somente se obtiverem vantagens na hora de acertar a contribuição, sempre em atraso. Normalmente voltam a reincidir.
O resultado dessa distribuição é de que (segundo dados do sínodo) cerca de 35% das receitas das comunidades provém de promoções. Logo não é necessário ser matemático ou analista financeiro para concluir que o dízimo repassado e inclusive parte da SM é oriundo de receitas resultantes do trabalho de parte dos membros que o Pastor (agora aposentado) adjetiva de oportunistas e demagogos.
Por óbvio que boa parte dos membros, inclusive presbíteros, tem restrições a trabalhos de apoio junto aos movimentos citados. (Trata-se também de uma questão cultural não restrita a nível de IECLB). Contundo, nos parece que a posição e argumentos do Ministro teriam maior respaldo e consistência se emitidos por exemplo a 10 anos atrás, quando a perspectiva era de que haveria mais Pastores do que a procura. Hoje, quando já aposentado, e os grupos/movimentos relacionados, por força da ação social do governo, terem sua situação no mínimo amenizada, a retórica sinaliza mera perfumaria a justificar apoio a pretensão, no nosso entender, no mínimo desproporcional.
Pelo exposto julgamos cabível indagar. Não seria demagogia criticar e até desvalorizar o trabalho dos presbíteros enquanto se servia dessa ação voluntaria para receber a SM? Não é demagógico somente baixar a ripa no capitalismo (ao que se sabe o Pastor nunca foi mandado embora de nenhuma paróquia, logo pelas sua próprias colocações, não passou da teoria a ação) a favor de movimentos sociais e sindicais e na contra mão apoiar aumento significativo na remuneração dos ministros, transferindo a responsabilidade de arrecadação para aqueles que critica e ainda usar o subterfúgio da defasagem/reposição?
Esperamos que a IECLB, através de seus segmentos representativos, quando avaliar a pretensão dos Ministros, realmente parta da teoria para a prática e ouça também a base (Comunidades). Acreditamos que não deve ser apenas considerado o pensamento simplista que o aumento da remuneração resolverá ou atenuará a falta de obreiros. A questão nos parece bem mais ampla e complexa na medida que vocação, fé, desprendimento, espírito comunitário ... não são mercadorias de troca, fosse assim, de há muito não teríamos o trabalho voluntário, base de apoio e sustentação da IECLB.
Concluindo pedimos escusas aos Pastores (as) por convicção e vocação (sem que isso necessariamente signifique renúncia) se por vezes, as considerações foram indevidas e ou mal colocadas.

Eldevir Friske - Linha Três Oeste