domingo, 2 de setembro de 2012

Para refletir na Semana da Pátria...


Estamos entrando em mais uma Semana da Pátria. Esse fato, aliado à proximidade das eleições municipais, nos faz pensar sobre nossa contribuição para o bem-estar de nosso país, de nosso estado e de nossas cidades.
Por muito tempo, a postura com relação à direção do país ou de estados e municípios perpetuada na comunidade cristã era de respeito e obediência, pois essas autoridades são instituídas por Deus. Sim, os e as governantes recebem de Deus a sua autoridade para governar. Isso já era ensinado pelo apóstolo Paulo (Rm 13.1-7), que também nos instrui a orar pelas autoridades, para que tenham sabedoria para fazer o melhor pelo povo (1Tm 2.1-3). Porém, o indicativo de ser instituído por Deus, traz o imperativo de que este governo sirva à vontade de Deus em seu mandato.
Paulo sabia que o governo de sua época, centrado nas mãos do Imperador Cézar, era tirano e oprimia o povo, ao invés de buscar o seu bem. Por isso, quando Paulo pregava “Jesus é Senhor”, isso não deixava de significar também o inverso: “Cézar não é Senhor”, portanto, não deve ser cultuado. Onde o reinado de César se opõe ao de Cristo, deve haver mudança.
Assim, também a postura de respeito às autoridades não deve conduzir à conformidade cega e ao descompromisso para com o lugar onde se vive. A pessoa cristã reconhece na figura dos e das governantes um instrumento de Deus para a realização de sua vontade. Mas, também reconhece na pessoa de Jesus Cristo a vontade de Deus expressa da forma mais compreensível e amorosa. Ele é o espelho para avaliarmos a condução de nossa nação em seus diferentes âmbitos.
Martim Lutero afirmara que toda pessoa cristã recebe um chamado para testemunhar o amor de Deus ali onde ela se encontra. Em sua profissão, em casa, na escola, na rua, a pessoa cristã participa da construção do Reino de Deus, através de suas atitudes, de sua vida em comunidade, da maneira como se relaciona com as pessoas e com a criação.
Não obstante, também as pessoas que exercem cargos de liderança foram vocacionadas por Deus, receberam dele o chamado para empenhar-se e trabalhar em prol do povo. Aí percebemos que também para quem administra o bem público é necessário formação, planejamento, preparo, acompanhamento e constante avaliação subsequentes ao chamado.
A Semana da Pátria nos convida a olharmos para as belezas e riquezas do nosso país. Da mesma forma, a percebermos como ainda há desigualdade e injustiça social no Brasil. Esta época de eleições requer de nós que avaliemos o chamado das pessoas que se propõem a governar nossas cidades, bem como o nosso chamado para participarmos da promoção da vida como Deus quer (“Procurai a paz da cidade para onde vos desterrei e orai por ela ao Senhor; porque na sua paz vós tereis paz”, Jeremias 29.7)
Que o Brasil não seja somente “gigante pela própria natureza”, terra onde os campos têm mais flores e os bosques têm mais vida. Que seja também terra onde se ergue a clava forte da justiça e onde seus filhos e filhas não fogem à luta por um Brasil melhor.
Candidata ao Ministério Pastoral Beatriz Regina Haacke

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