domingo, 22 de setembro de 2013

Você tem sede de quê?



“Então Jesus disse: Quem beber desta água terá sede de novo, mas a pessoa que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede. Porque a água que eu lhe der se tornará nela uma fonte de água que dará vida eterna”. Jo 4.13-14


... O bebê chora sem parar e os pais não sabem decifrar o que é. O pai compra um brinquedo super moderno para o filho que está de aniversário e este, uma semana depois, já nem lembra mais daquele brinquedo tão sonhado que acabou ficando num canto. A filha mudou de estilo e não gosta mais da roupa que a mãe lhe deu.
O marido está descontente com seu carro, mesmo que tenha comprado no ano anterior o modelo que mais lhe agradou. A esposa também não está mais feliz com a casa nova, apesar de este ter sido seu maior sonho, pois acreditava que mudando do apartamento para uma casa, sua família viveria mais feliz...
Será que nós também não vivemos correndo atrás dos nossos sonhos/ desejos e quando os conquistamos, parece que eles perderam o encanto de forma que logo passam a não ser mais algo especial em nossa vida?
Dessa forma os anos vão passando, desejando- realisando- desejando... cada vez mais com vontades realizadas, adquirindo produtos que facilitam o dia a dia, no entanto, parece que mesmo assim o descontentamento não sai do nosso coração.
Quando esse descontentamento começa a tornar-se constante, acredito que estamos encarando a vida pelo ângulo errado. Por que não mudar a perspectiva e nutrir valores e sonhos em torno de algo que não muda, que nos acompanha por toda a moda, estações e contextos?
Pensando em tudo aquilo que adquirimos para saciar nossos desejos, que comemos, mas que não alimenta verdadeiramente, nem nosso corpo, nem nossos sentidos, lembrei de uma música da banda Titãs intitulada comida. No refrão desta música ouvimos: “você tem sede de quê? Você tem fome de quê?”
Ao lembrar esta música lembrei também da história da mulher no poço (Jo 4. 9ss), a qual Jesus oferece água viva da qual, se ela beber, nunca mais terá sede. Não estamos nós também sedentos desta água viva, da palavra viva, da comunhão verdadeira com aquele que conhece a história e os anseios mais profundos tanto daquela mulher quanto de cada um/a de nós?
Não temos sede de ser ouvid@s assim como aquelas pessoas que antes de ser curadas por Jesus eram perguntadas sobre o que queriam? (ex: Mt 9.28ss). Não temos sede da sensibilidade daquele que diz ao paralítico os teus pecado estão perdoados (Mc 2.5ss), e o faz justamente por saber que seu pesar maior não era a impossibilidade de andar?
Não temos sede do perdão verdadeiro e profundo assim como o filho pródigo (Lc 15.11-32) ou de ser curado/a assim como o mendigo cego que gritou a Jesus pedindo por cura (Mc 10. 46-52), ou a sede da mulher hemorrágica (Mt 9.19-22) que nem teve coragem de clamar?
Qual é a nossa sede verdadeira por trás dos disfarces de que tudo parece bem? Não seria a sede por amizade e amor de verdade, sem interesses secundários? De ser reconhecid@ enquanto ser humano, independente de status? Sede de viver de verdade e não esconder as preocupações e vulnerabilidades, sem medo de que algum dia elas sejam usadas contra nós? Qual é nossa sede?
E quanto aos outros, como podemos ser fonte de água viva para a sede das pessoas com as quais convivemos?
Que o bondoso Deus que nos conduz pelos caminhos da fé, da esperança e do amor, lhes ajude a pense nisso. Amém.


Denise Süss, Ministra Candidata ao pastorado.

Paróquia de Ajuricaba


Um comentário:

  1. Gostei da sua mensagem....desejo que voce seja uma dicípula de deus! que Deus te abençoe!

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