sexta-feira, 15 de março de 2013

Uma decisão! Ir até o fim? Por que?



Numa sexta-feira tudo havia se consumado. Um homem havia sido pregado numa cruz no meio de outros dois. Pregados suas mãos e seus pés. Cansado da tortura, das chicotadas, do peso da cruz que carregava pelas ruas, grita: “Meu Deus, meu Deus por que me abandonaste?” Só carregando sobre si uma carga que não era sua e morrendo a morte dos outros...
Condenado por quê? Por ensinar a viver de uma outra forma, por convidar pessoas a viverem junto a Deus, por pregar o amor e a esperança, por estar próximo das necessidades humanas, por amar as pessoas fracas, por abraçar os enfermos, por perdoar os pecadores, por acender a fé na vida dos desesperados.
Crucificado por quê? Por não negociar com o poder corrupto e nem ceder diante da força brutal; por ser coerente com sua mensagem de um Reino de justiça, de paz e não violência; por ser simples e humilde diante dos soberbos e orgulhosos; por não calar o que devei ser dito.
Morto por quê? Por cada ser humano disposto a se deixar tocar pela misericórdia de Deus. Morto por amor ao ser humano.
Quando lembramos a história da paixão de Cristo, nos comovemos. Cada vez que dela nos aproximamos, nos estremece a fé e o amor de Deus é revelado em Jesus. Jesus morreu por nós, sem que o merecêssemos. Sua vida inteira foi uma entrega, sem pausa, para que pudéssemos estar perto de Deus. Porém foi um caminho tortuoso. No caminho do calvário Jesus foi traído, abandonado, martirizado.
- Tenho sede! Disse Jesus.
- É tua hora de solidão. O cálice que deves tomar para o bem da humanidade, ninguém mais poderá beber. Disse Deus.
- Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem. Diz Jesus.
- Não creias que é o fim. Depois da cruz, haverás mudado a história da humanidade. Disse Deus.
E Jesus entrega sua vida nas mãos de Deus. A morte de Jesus acendeu uma luz e rompeu a noite. Era o começo de um novo dia.
Era chegada a hora. Não se podia deter o tempo. As trevas cobriram a terra às 3 horas da tarde. A cortina do templo é rasgada! Está consumado. Seus discípulos o abandonaram: um traiu por moedas de pratas, outro o negou 3 vezes, os demais se esconderam... Acaso teríamos agido diferente? Quantas vezes temos negado ao nosso Senhor? Quão distantes estamos da cruz hoje em dia?
Diante da covardia dos que até então lhe tinham sido fieis, vitima do complô do poder religioso e do poder político, tudo parecia ter sido esquecido: sua mensagem, seus gestos, seus milagres... Jesus finalmente chega à cruz: colocados os pregos na madeira, crucificam o amor e a alegria. Tentam imobilizar as mãos que os ofereciam cura e carinho. Tentam parar os pés que caminhavam junto a Deus, que nos ofereciam um novo futuro, que os colocava nos caminhos da esperança! Coroado com espinhos; suas mãos pregadas na madeira, seus pés feridos, seu corpo ensangüentado... Porém vivo o seu amor. Condenado à morte, se oferece por cada ser humano.
O que nós entendemos de tudo isso? Qual o delito de alguém que só buscava o bem e que só falava a verdade? Qual o delito daquele que dava vistas aos cegos, que fazia os surdos ouvir, que levantava os caídos e animava os cansados?
Senhor, o que se passa com os seres humanos? Era este o fim que anunciavas aos seus discípulos quando caminhavas com eles e os chamava de amigos? É este o Reino de Deus? Por que corremos todos; porque nossa fé se enfraquece? Por que tantas vezes te deixamos só e te negamos? Por que temos medo? O que acontecerá agora Jesus? Havia na cruz uma resposta? Havia ali alguma mensagem?
 “De fato a mensagem da morte de Cristo na cruz é loucura para os que estão se perdendo, mas para nós, que estamos sendo salvos, é o poder de Deus”.

Pastora Daniela Lamb

Ministra da Paróquia do Xingu

Sínodo Planalto Rio-Grandense

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