quinta-feira, 22 de agosto de 2013

CHAMADOS À FIDELIDADE AO EVANGELHO



Uma igreja da reforma sempre vive em reforma
Somos profundamente gratos a Deus pela vocação com a qual ele nos agraciou e através da qual ele nos chama para sermos dele e para ele. Somos igualmente gratos que esta acolhida de Deus acontece na vida em comunidade e temos o privilégio de vivê-la no âmbito da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), à qual pertencemos, na qual atuamos e com cuja profissão de fé nos identificamos (Constituição da IECLB art. 5º). Ela aponta para a graça em  Cristo  que é recebida  em  fé,  está  baseada  nas  Escrituras,  é  vivida  em  comunidade  e  se  expressa  no testemunho e na vida em sociedade.
Como herdeiros da reforma, afirmamos e praticamos o sacerdócio geral de todos os crentes. Por isso buscamos engajar os membros do corpo de Cristo no serviço na igreja de acordo com os dons que receberam do Espírito Santo. Afirmamos o serviço missionário e diaconal como forma de viver e proclamar o evangelho integral.
Ao vivermos a nossa vocação no âmbito da IECLB, percebemos sinais que nos preocupam e para os  quais  queremos  chamar  a  atenção.  Ainda  que  inconformados  com  isto,  reiteramos  nosso compromisso  com  o  testemunho  de    dos  reformadores  (Catecismo  Menor  e  Confissão  de Augsburgo). Queremos buscar por espaços para viver esta convicção de fé e chamar a igreja a voltar para ela.
Entre as nossas preocupações, destacamos os seguintes aspectos:
1.  Vivemos  numa  igreja  que  está  se  apequenando  e  se  tornando  irrelevante  no  contexto religioso e social brasileiro;
2.  Estamos preocupados com a aceitação do ensino de que muitos caminhos  levam a Deus,ou seja, que nega a exclusividade de Cristo;
3.  Percebemos que se vivencia hoje na igreja uma relativização da autoridade das Escrituras;
4.  Apontamos  também  para  a  relativização  da  ética  que  desestrutura  e  desfigura especialmente  a  família.  Este  cenário  gera  posições  confusas  e  até  ambíguas  na  IECLB quanto  à  sexualidade  humana.  Estas,  por  sua  vez,  se  refletem  na  insegurança  e incapacidade de comunidades e ministros tratarem a crise do casamento e da família;
5.  Experimentamos  um  desempoderamento  das  nossas  comunidades  locais  e,  ao  mesmo tempo, uma centralização que coloca as comunidades a serviço da estrutura e as cerceia,bem como seus ministros, em torno de uma uniformidade de atos, gestos e ritos;
6.  Inquieta-nos a crise vocacional e missionária na igreja.
À  luz  destes  sinais  preocupantes que  descaracterizam  nosso  próprio  jeito  histórico  de  ser  igreja evangélica, reafirmamos a nossa fé e gestamos um renovado compromisso em torno das seguintes afirmações:
1.  Cremos  que  Cristo  é  o  caminho,  a  verdade  e  a  vida,  a  revelação  definitiva  e suficiente de Deus (João 14.6);
2.  As Escrituras são a nossa norma de fé e vida e de ministério, que se interpreta a si mesma, assim como afirmado pelos reformadores (1Coríntios 15.3-4);
3.  A    cristã  se  vive  em  comunidade  fraterna  que  recebe  e  interpreta  a  Palavra,  e,ainda que formalmente autônoma, vive em parceria com outras comunidades irmãs e serve a Deus em seu contexto (Filipenses 2.1-4);
4.  A fé é dom gracioso de Deus que implica em obediência individual e coletiva. Cada cristão é chamado a obedecer ao mandamento de Deus em todos os âmbitos de sua vivência  (Gálatas  5.24).  No  âmbito  comunitário  cremos  que  a  obediência  produzuma prática missionária de natureza evangelística e diaconal (Atos 1.8).
Nós cremos que a Igreja  precisa estar constantemente comprometida com a vivência e pregação do Evangelho que gera uma igreja contextualizada, aberta e acolhedora.

Encontro de Obreiros do Movimento Encontrão
Florianópolis, 14 de agosto de 2013

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