Jo 14. 15-24
É interessante que Jesus insiste em afirmar
que amá-lo significa obedecê-lo. Ele diz
isso nos vs. 15, 21 e 23. No v.15: “Se vocês me amam, obedecerão aos meus
mandamentos”; no v.21: “Quem tem os
meus mandamentos e lhes obedece, esse é o que me ama”; e no v.23: “Se alguém me ama, obedecerá a minha
Palavra”. Jesus mostra que Ele veio construir um relacionamento de amor com
a humanidade, não de interesses, e sim, unicamente de amor. Jesus se entregou
ao terrível sofrimento e a morte em nosso lugar somente por causa do seu grande
amor por nós, a fim de que agora, pela fé nele, recebamos vida nova. Jesus não
quer que alguém o siga com seu coração vazio, nem que o faça movido por algum
sentimento de dever ou obrigação. Jesus quer apenas pessoas que o amem. A final,
quem de nós, tendo um coração amável iria querer que outra pessoa se sentisse
na obrigação em ter que fazer certas coisas a nós? Quem seriam os pais que
iriam se sentir bem sabendo que seus filhos não os amam, mas o que fazem por
eles é movido por um sentimento de dever? Aliás, muitos são os filhos que
quando seus pais chegam à vida avançada, não veem à hora em que não precisarão
mais ocupar o tempo com eles, filhos que reclamam quanto às coisas que precisam
lhes fazer, pensando sempre em outras que poderiam por no lugar.
Se Jesus não morreu por nós por obrigação, é
claro que Ele não espera nada de alguém que venha neste sentimento. E não só
não espera como também não aceita. O Sl
100.2 já diz: “Servi o Senhor com
alegria.”
E o que significa amar a Jesus? Como saber se
o amamos? Bem, a forma de a humanidade amar está diminuída do seu valor, o amor
humano está muito abaixo do verdadeiro amor. E para que entendamos o que é o
amor, precisamos olhar para aquele que é o próprio amor de Deus encarnado,
Jesus. Em Jo 3.16a Jesus diz: “Porque Deus amou tanto o mundo que deu o
seu único Filho...” Jesus, mostra que amar é entrega, é doação. Não
qualquer doação, e sim, doar-se até as últimas conseqüências, pagando até mesmo
o mais alto preço, não pondo condições, mas cumprindo unicamente aquilo que o
amor exige. Também não por alguém que tenha um valor comparado àquele que se
doa. Mas exatamente como nós em relação a Jesus: Ele, santo, Rei da glória e
eterno; nós, apenas como uma neblina que existimos e logo não mais, perdidos
pecadores. Em Jo 15.13, alguns dias
antes de ser morto, Jesus também diz:
“Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida pelos seus amigos.”
Por meio dos desdobramentos destes dois versículos podemos entender melhor a
imensidão do amor. É o amor que se dá a ponto de perder a própria vida e é amor
que se dá por aqueles que nada são tornando-os seus amigos.
Portanto, queridos, quando Jesus nos diz em João 14: “Se vocês me amam, obedecerão aos meus mandamentos” e “Se alguém me ama, obedecerá a minha
Palavra” é desta natureza amável que Ele está falando, porém, sem a parte
de amar alguém infinitamente menor e sim, ao contrário, infinitamente maior.
Por isso, nos entregar a quem é tão imenso não é tão difícil, pois, o chamado
de seguir a Jesus em amor também significa receber dele. Temos recebido tanto de
Jesus: a vida, o perdão, a salvação, a paz, o Jesus amigo sempre conosco, seu
Santo Espírito, enfim, quantas coisas! Enquanto que Jesus por causa da sua
entrega por nós recebeu chicoteadas, cuspidas, difamações, crucificação!
Encero essa meditação com duas perguntas de
reflexão:
Amamos a Jesus a ponto de deixar de lado
outras coisas que querem competir no nosso tempo com Ele?
Amamos a Jesus a ponto de fazer a sua vontade
num momento em que tudo parece propício e nos puxa para fazer outra?
Nenhum comentário:
Postar um comentário