Páscoa é transformação. Ela é a afirmação da vida sobre a morte. No
Pessach judaico, celebra-se a libertação dos israelitas da opressão
vivida no Egito. Para nós, cristãos e cristãs, reafirmamos, através da
morte e ressurreição de Cristo, que a vida é uma realidade concreta e
ela deve ser abundante para todos e todas (João 10:10).
No último ano, muitos fatos apontaram para a fragilidade da vida. A
morte se faz realidade em todas as agressões aos direitos humanos. Ela
também se faz realidade no clamor dos povos indígenas. Lembramos
especialmente nos Guaranis Kaiowás e dos indígenas que foram desalojados
do Museu do Índio no Rio de Janeiro (RJ) em função dos interesses de
grupos financeiros.
Os índices altos e vergonhosos de violência contra as mulheres e
contra as pessoas homoafetivas também nos apontam que a vida é frágil
entre nós. Nossos comportamentos e atitudes humanas nos afastam do
projeto de um Deus de vida plena. A intolerância religiosa, o ódio pelo
diferente também crucificam diariamente a vida. A ameaça à vida dos
defensores e defensoras de direitos humanos no Brasil é outra cruz a ser
denunciada.
Nesse sentido, a Páscoa é o grito de Deus de que toda a realidade que
ameaça e destrói a vida pode ser superada e vencida. A Páscoa é a
esperança de que é possível uma realidade sem injustiças.
Que Deus nos motive a revermos nossas posturas. Que a fé na
ressurreição de Cristo seja a força a nos mover em direção a uma
sociedade dialogal e que reconheça nas diferenças um valor, afinal, a
ressurreição de Cristo nos torna livres para amar incondicionalmente!
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