O que significa ser
luterano?
“Advento é tempo de
união dos diferentes”
Em um
diálogo, uma mestranda em comunicação, comentou: o mundo não é mais tão grande! Hoje, distância é um conceito em plena
ressignificação. Podemos criar novas geografias.
Acrescentamos
a possibilidade de convivermos com a diversidade de povos distintos sem,
necessariamente, visitá-los. A digitalização da informação nas redes sociais
rompeu barreiras, disseminou a diversidade e reavaliou as divisões culturais
que marcaram a história da humanidade.
Nossos antepassados escreveram cartas
que tiveram mais de um mês para viajar através de um oceano. Atualmente, comunicamo-nos instantaneamente
por meio de tecnologias como e-mail, chats e blogs.
Um exemplo prático: há poucos dias via facebook surge um convite
para integrar uma rede com ministros religiosos de Hong Kong. Nas discussões é
possível visualizar os participantes, falar sobre espiritualidade, partilhar
desde imagens de templos religiosos aos pensamentos que despertam interesse no
grupo. Uma série de novidades e
facilidades.
Vivemos, como cristãos luteranos, em um
mundo pluralista, onde as pessoas convivem com diferentes normas morais,
perspectivas sociais, visões políticas e doutrinas religiosas. Em termos
históricos essa diversidade demonstra que não somos herdeiros de uma tradição
uniforme e, diariamente, deparamo-nos com opiniões diferenciadas e
conflitantes. A comunicação acelera e as
diferenças são intensificadas. A rede produz um “choque cultural” sem avaliar
significativamente os efeitos.
Ampliando a reflexão, constantes são as
notícias do Oriente Médio, dos povos mulçumanos, judeus e islâmicos. A
intervenção da Organização Das Nações Unidas (ONU) em assuntos como justiça, propriedade
de terra e direitos humanos. Nesse cenário, vozes emergem, afirmando que a
solução para as divergências inicia no seio do discurso das religiões
majoritárias.
Referente
aos conflitos no Oriente Médio, que muitas vezes, mudam radicalmente em uma
semana qualquer, quando algum líder religioso resolve estimular os laços de cordialidade ou promover a
cooperação de autoridades políticas. A religião percorre os caminhos da
informatização e, por que não dizer, das consciências humanas.
Em um ambiente de tanta diversidade o
que significa ser luterano? Quais são as novas oportunidades para reconhecer os
diferentes? Qual é a tarefa missionária
da comunhão luterana no mundo de Deus? Esses questionamentos desafiam a nossa
auto-compreensão! A mídia conduz algumas respostas, por vezes, muito antes de
termos uma pergunta.
Não há mais como evitar conviver com os
diferentes e nem mesmo colocar empecilhos doutrinários que estimulam à
intolerância. Uma nova era está
emergindo em uma velocidade indescritível. O diferente pode estar na família,
na escola e no trabalho. Intercedamos para encontrar uma ou mais respostas de
como sermos missionários, sem perder o horizonte da fraternidade universal.
Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em
nós, para que o mundo creia que tu me enviaste (João 17)
Na paz,
Sidnei Budke
Ministro Religioso da IECLB - Paróquia de Tapejara a partir de 01/01/2013
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