“Agora que fomos aceitos por Deus pela nossa fé nele, temos paz com ele
por meio de nosso Senhor Jesus Cristo. Foi Cristo quem nos deu, por meio da
nossa fé, esta vida na graça de Deus. E agora continuamos firmes nessa graça e
nos alegramos na esperança de participar da glória de Deus”. Romanos 5.1-2
Aí está ela... a figueira
crescendo no alto da torre na nossa igreja, em Coronel Barros. É muito fácil
imaginar como ela foi parar ali: a poeira acumulada na torre, a umidade das
chuvas, os passarinhos que fazem ali uma parada para o descanso... Não foi
preciso muito esforço e logo a figueira estava na torre da igreja. Cresceu sem
que percebêssemos, resistiu a secas, inverno e temporais, e ali está. Poderia ser um
exemplo de esperança e perseverança para nós, mas nesse caso não é.
Olhar para ela causa preocupação.
A figueira é uma árvore frondosa, de crescimento vigoroso, e ficamos observando
com medo de que em algum momento as densas raízes vão se aprofundar mais, ao
ponto de comprometer a estrutura da torre e talvez, fazer cair os sinos da
igreja. Pensar nessa possibilidade pode fazer muitas pessoas imaginarem cenas
dramáticas e até trágicas, orquestradas pela figueira na torre instalada.
A figueira pode bem ser uma
parábola, uma comparação. Na vida em família, no viver em igreja, comunidade,
no testemunho do Evangelho no nosso dia-a-dia, muitas vezes o edifício da nossa
fé e testemunho correm sério risco de serem invadidos e abalados. O
individualismo, a busca pelo acúmulo de bens e dinheiro, as críticas destrutivas,
os velhos preconceitos e tradições muitas vezes são como a figueira no alto da
torre: sem que percebamos, vão tomando conta de nossa vida e de nossos
relacionamentos, vão minando a alegria da nossa fé, ameaçando derrubar o
edifício da nossa esperança.
Esperança... Precisamos saber com
muita clareza qual é a nossa esperança. Porque, se não soubermos nem mesmo
isso, como vamos manter o edifício da nossa vida preservado? Como vamos
enfrentar as dificuldades de relacionamento, as diferenças de opinião na
família, na igreja, no trabalho, na política?... A nossa esperança, a base
firme da nossa fé é o próprio Cristo, o qual nos anima e fortalece para
vivermos a alegria de um novo tempo já aqui e agora, superando dores, desunião,
intrigas, injustiças e vivendo sinais do reino entre nós. Assim como você se
prepara para lançar fora tudo o que ameaça o edifício da sua esperança, a
figueira na torre da igreja será removida. Quando sabemos com clareza qual é a
nossa esperança, ou seja, em que cremos, então podemos enfrentar os temporais e
até, quem sabe, uma figueira infiltrada. Vamos conseguir superar as dores e
testemunhar a fé na qual somos criadas e sustentadas. Irmãs e irmãos, desejo a
vocês com muito carinho, Paz e Bem!
“Mas é preciso que vocês continuem fieis, firmados sobre um alicerce
seguro, sem se afastar da esperança que receberam quando ouviram a boa notícia
do evangelho.” Cl 1.23a
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