Símbolos
gaúchos no altar, músicas do cancioneiro riograndense, prosa e verso típicos
gauchescos em toda a liturgia e um clima festivo foram as tônicas do Culto
Crioulo celebrado no último domingo no Centro Evangélico. O culto da Comunidade
Evangélica, em que a tradição gaúcha foi cultivada e o Patrão Velho cultuado, esteve
sob responsabilidade do CEAP. Logo na abertura, depois da música “Sou Gaúcho”,
a coordenadora da Educação Infantil, Deizy Soares, em sua saudação de acolhida,
lembrou um pouco da história dizendo que “nas missas realizadas ao ar livre
para os gaúchos por padres itinerantes, na falta de igrejas, usava-se o que se
tinha à mão; cada um trazia para ser abençoado pelo Senhor o que tinha de mais precioso”.
O
pastor escolar Luciano Miranda Martins, que celebrou o culto – todo em uma
linguagem gaudéira e campeira – também fez referência à história, lembrando que
na época da guerra dos farrapos a missa crioula era um momento de trégua e paz.
“Os chimangos, representando o governo monarquista, trajando lenços brancos; e
os maragatos, os revolucionários, trajando lenços vermelhos, amarravam seus
lenços na cruz num sinal de reconciliação. A cruz era segurada em revezamento
pelos participantes”. Foi neste momento, em quanto se cantou a música “Um
Pito”, que crianças do CEAPzinho, que participaram de vários momentos especiais
da celebração – conduziram até o altar os lenços vermelho e branco para serem
colocados na cruz.
Divino Tropeiro – No momento de reflexão,
a mensagem pastoral teve como tema “O
Divino Tropeiro Jesus dá a vida pelas suas ovelhas”. Em sua prédica o pastor
Luciano Martins conclamou a comunidade a lutar por um único ideal, “levando a
mensagem do Divino Tropeiro e oferecendo a estas almas perdidas uma chance de
entrar na invernada celestial”, referindo-se a Jesus como o Divino Tropeiro,
cuja “promessa é que faremos todos parte de um só rebanho”.
Outras
canções gaúchas, como “Querência Amada”, “Céul, sol, sul”, “O homem do pala
branco” e “Vento Negro”, também fizeram parte da celebração, que foi concluída
com a benção, cujas primeiras palavras foram “que o Patrão velho celestial nos
abençoe e nos guarde bem macanudos e buenachos”. Cada família participante do
Culto Crioulo recebeu, na saída, uma lembrança da escola, um cevador
personalizado, com um pequeno pacote de erva, para que a tradição gaúcha
continue a ser cultivada.
Fotos e matéria enviadas por André da Rosa / Assessor de Comunicação do CEAP
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