Esses dias saí para pegar uns limõezinhos com o intuito de
fazer uma gostosa limonada, Encontrei alguns jogados no chão e os recolhi.
Junto com outros, fiz um suco muito saboroso. Não sei porque estavam caídos,
mas tinham ainda utilidades. O gosto ainda estava bom. Quem sabe quantos limões
caem diante das ventanias. Não suportam o agitar dos galhos onde vivem! Na
vida, já me senti como esses limões caídos no chão. Quantas vezes as
tempestades e os ventos da vida me atiraram com o rosto em terra. Pensei que
não tinha mais utilidade para nada, mas Deus olhou para mim e fez de mim um
suco maravilhoso e apreciado pelo meu próximo.
O Vento do Espírito é diferente das ventanias do
mundo. O Vento do Espírito me tira do chão e refaz a minha vida e me mostra que
nas Mãos de Deus, tudo é diferente. Minha vida tem valor!
É claro que a analogia dos limões com a minha vida tem lá
suas limitações, mas me faz pensar que eu não nasci para ficar caído, no chão. Não
nasci para apodrecer, para viver uma vida fútil, inútil, mas nasci para ser
alguém. Eu, nas Mãos de Deus, percebo minhas potencialidades e, me colocando
nessas Mãos, sou valorizado.
Quantas vezes senti que tudo estava acabado. O vento frio do
mundo congelou minhas esperanças. Mas o Vento do Espírito soprou mais forte. E
O Espírito de Deus veio sobre mim com Seu poder transformador, com Seu amor sem
igual, me aqueceu com Sua Presença e fez brotar nova vida.
O Vento do Espírito soprou sobre os discípulos e discípulas
de Jesus e mudou a história dessas pessoas. Elas não se fecharam à ação de
Deus. Não ficaram enclausuradas, mas deixaram-se transformar. Assim é
Pentecostes! É Deus agindo e transformando.
Quantas pessoas estão hoje jogadas ao chão? Quantas pessoas estão carregadas do medo de
viver? Quantas se sentem inúteis? Deus não quer isso para a vida de ninguém. Deus
quer que vivamos a vida com alegria, vida transformada, vida maravilhosa cheia
de sentido e beleza.
A única chance de o Vento do Espírito nos derrubar é quando
nós nos enchemos de orgulho, de vaidade, quando nos achamos mais que as outras
pessoas e procuramos humilha-las ao invés de erguê-las, ao invés de
ama-las. Nesse caso, também deveríamos
clamar: “Vem, Espírito Santo e faz de mim uma nova criatura que ama não as
coisas, mas o meu semelhante; que eu ame não o poder, mas o servir.”
Que a nossa oração seja um clamor pela ação do Espírito de
Deus na nossa vida, na vida do nosso semelhante, na vida da nossa Igreja. “Vem
Vento de Deus. Vem me erguer do chão. Nas Suas Mãos a vida tem sentido. Vem
Vento Santo de Deus e dá novo ânimo a minha vida, ânimo e amor para servir ao
meu semelhante. Tira a minha tristeza, tristeza que paralisa e sopra sobre mim
a Tua alegria que contagia. Em Nome de Jesus. Amém.”
Pastor Telmo Noé Emerich
Paróquia de Panambi
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