Superstição
Imagine um gato preto, uma coruja
no telhado, uma escada na calçada em seu caminho. Ou mesmo um galhinho de
arruda atrás da orelha. Lembre-se ainda do levantar com o pé esquerdo, de
entrar e sair de qualquer casa pela mesma porta, ou do bater três vezes na
madeira quando alguém fala algo ruim. Se quisermos avançar um pouco mais, ainda
nos lembraremos da roupa branca na noite da virada de ano. Será possível ainda
recordar a consulta diária ao horóscopo, o evitar ingerir certos líquidos ou
alimentos em determinados dias do ano, e mesmo a vassoura atrás da porta ou o
"comigo ninguém pode" plantada na frente de casa para protegê-la.
Quantas crendices e superstições cercam nossas vidas.
O dicionário da língua portuguesa
define a palavra superstição como sentimento religioso excessivo ou errôneo,
crença errônea, temor absurdo de coisas imaginárias, entre outras bem claras
definições. Por que estas crenças tomam conta de nós e nos causam medo?
Como imaginar que um simples gato
preto ou a presença de uma inocente coruja no telhado
possa significar algo de
ruim? Como acreditar que o pé que primeiro pisa no chão, de manhã, pode
determinar o que vai acontecer naquele dia? E mais, como entender que devermos
sair pela mesma porta que entramos, pois se não o fizermos, não regressaremos
para aquela casa nunca mais? E que tipo de influência a roupa branca pode
causar na passagem de ano? Ou será mesmo que acreditamos que bater três vezes
na madeira pode alterar o rumo das coisas? E tem algo a ver com a grandeza da
vida o fato de ingerirmos certos alimentos em determinados dias, por imposição
de medos imaginários?
Nossa felicidade ou nossa
desgraça não dependem dessas coisas. Elas estão determinadas pela postura e
pelo comportamento que adotamos diante dos fatos da vida. São as opções de vida
que determinam os acontecimentos. Opções de caráter reto, digno, honesto, geram
resultados de paz de consciência. Atos imorais geram aflições, intranquilidade,
falta de sossego na alma.
Muito antes, os pensamentos, a
intenção e a vontade é que atraem situações provocadoras de aflições ou sofrimentos.
Pensando no mal, alimentando inveja e ciúme, rancor ou sentimento de vingança,
com isso facilitaremos a ocorrência de situações desagradáveis. O inverso
também é real: pensando no bem, nutrindo pensamentos de amor ao próximo, de
confiança em Deus, estaremos sintonizados com Deus e vamos desfrutar de paz e
harmonia interior.
Gestos, roupas especiais, objetos
materiais, acessórios místicos, atitudes impostas não possuem o poder de nos
proteger ou mudar o rumo dos acontecimentos. Estes são sim alterados pela nossa
decisão e opção pessoal.
Libertemo-nos dessas crendices que, muitas vezes, são
verdadeiros cativeiros em nossa vida. Aprendamos a viver livres de
superstições, tomando posse de nossa herança de filhos/as de Deus, ao invés de
nos prendermos a ideias impostas para criar medo e dependência. Foi para a
liberdade que Cristo nos libertou. Não vivamos a nossa vida reféns de
superstições. Sexta-feira -13. Um dia abençoado por Deus como todos os
outros dias.
Texto adaptado por Sissi Georg e Jonas Krause - Paróquia de Tapejara/RS
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