“Enquanto
durar a terra,
não
deixará de haver sementeira e ceifa,
frio e calor, verão e inverno,
dia e noite.”
Gênesis 8.22
21 de junho marca o início do
inverno no hemisfério sul do planeta. O
eixo de inclinação da Terra, nosso pequeno planeta, muda em relação ao sol.
Combinado com o movimento de translação, esse incrível balanço planetário faz
com que as estações do ano migrem pelas diversas áreas do planeta. Simples assim,
mas ao mesmo tempo, tão grandioso!
O inverno tem diferentes
características dependendo da região do planeta. Perto da região equatorial, o
inverno é marcado por fortes e abundantes chuvas, enquanto que o verão é a
estação seca. Mas é quente o ano todo. O Brasil, esse país de dimensões
continentais, pode ver a variada criação de Deus em todas as estações do ano.
Para quem mora mais ao sul do Brasil, na região central, no norte ou nordeste,
o inverno se apresenta diferente, variado e belo. Em toda essa multiplicidade
podemos ver cumprir-se a promessa divina: se não houvesse a variação das
estações do ano, as secas e estações das águas, não teríamos a riqueza de
alimentos e recursos naturais que utilizamos para nos manter. É bonito perceber
que a diversidade é bela, está nos planos de Deus e é boa, definitivamente boa.
Diversidade de pensamentos, de raças, línguas, também.
Em nossa cultura o inverno remete
ao clima europeu, sul americano, norte-americano. Lembramos-nos das árvores que
deixam suas folhas caírem no solo, recolhem-se buscando forças na profundidade
da terra, para voltarem a produzir folhas e frutos na primavera. É uma quaresma,
um advento do clima. É tempo de recolhimento, sim, mas recolhimento ativo,
tempo de buscar forças, animar a fé, buscar comunhão, solidificar a esperança.
Porque logo vem a ocasião de produzir frutos, trabalhar com afinco, realizar a
paz e a justiça divina, para que haja viDas em comunhão, onde quer que
estejamos, da pequena cidade até a metrópole que nunca dorme.
O
início do inverno de 2014 marca o falecimento de Rose Marie Muraro. Escritora que superou os invernos de
recolhimento e, com muita energia, palavras abertas, linguajar simples e
acessível, denunciou a sociedade que, na cidade e no meio rural, trata as
mulheres com inferioridade e indignidade. Rose Marie desejou que também as
Igrejas fossem transformadas, reconhecendo que também no seio das igrejas
cristãs existe a exploração e o preconceito contra as mulheres. Sua obra e seu
legado nos fazem pensar que é preciso mais do que invernos de recolhimento para
que haja viDas em comunhão. É preciso a explosão de folhas e flores da
esperança, a mudança desejosa dos frutos, a ousadia de reconhecer o pecado que
precisa ser denunciado a fim de que a vontade de Deus se cumpra.
Obrigada, Deus, que nos concedeu
83 invernos seguidos de primaveras de tua justiça na vida de Rose Marie Muraro.
Permita, Deus, que nós possamos, como Tu mostras na natureza, aproveitar os
tempos de recolhimento para somar forças, a fim de agirmos no tempo certo,
buscando em todo o tempo viDas em comunhão.
Pastora Carla Andrea Grossmann
Coronel Barros - RS
Leia a Meditação no SITE do Sínodo. Clique aqui: http://www.luteranos.com.br/textos/planalto-rio-grandense/inverno-recolher-se-e-preparar-novos-caminhos-para-que-haja-vidas-em-comunhao