“Então Jesus disse: Quem beber desta água terá sede
de novo, mas a pessoa que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede.
Porque a água que eu lhe der se tornará nela uma fonte de água que dará vida
eterna”. Jo 4.13-14
... O bebê chora sem parar e os pais não sabem decifrar o que é. O pai
compra um brinquedo super moderno para o filho que está de aniversário e este,
uma semana depois, já nem lembra mais daquele brinquedo tão sonhado que acabou
ficando num canto. A filha mudou de estilo e não gosta mais da roupa que a mãe lhe
deu.
O marido está descontente com seu carro, mesmo que tenha comprado no ano
anterior o modelo que mais lhe agradou. A esposa também não está mais feliz com
a casa nova, apesar de este ter sido seu maior sonho, pois acreditava que
mudando do apartamento para uma casa, sua família viveria mais feliz...
Será que nós também não vivemos correndo atrás dos nossos sonhos/
desejos e quando os conquistamos, parece que eles perderam o encanto de forma
que logo passam a não ser mais algo especial em nossa vida?
Dessa forma os anos vão passando, desejando- realisando- desejando... cada
vez mais com vontades realizadas, adquirindo produtos que facilitam o dia a
dia, no entanto, parece que mesmo assim o descontentamento não sai do nosso
coração.
Quando esse descontentamento começa a tornar-se constante, acredito que
estamos encarando a vida pelo ângulo errado. Por que não mudar a perspectiva e nutrir
valores e sonhos em torno de algo que não muda, que nos acompanha por toda a
moda, estações e contextos?
Pensando em tudo aquilo que adquirimos para saciar nossos desejos, que
comemos, mas que não alimenta verdadeiramente, nem nosso corpo, nem nossos
sentidos, lembrei de uma música da banda Titãs intitulada comida. No refrão
desta música ouvimos: “você tem sede de quê? Você tem fome de quê?”
Ao lembrar esta música lembrei também da história da mulher no poço (Jo
4. 9ss), a qual Jesus oferece água viva da qual, se ela beber, nunca mais terá
sede. Não estamos nós também sedentos desta água viva, da palavra viva, da
comunhão verdadeira com aquele que conhece a história e os anseios mais
profundos tanto daquela mulher quanto de cada um/a de nós?
Não temos sede de ser ouvid@s assim como aquelas pessoas que antes de
ser curadas por Jesus eram perguntadas sobre o que queriam? (ex: Mt 9.28ss).
Não temos sede da sensibilidade daquele que diz ao paralítico os teus pecado
estão perdoados (Mc 2.5ss), e o faz justamente por saber que seu pesar maior
não era a impossibilidade de andar?
Não temos sede do perdão verdadeiro e profundo assim como o filho
pródigo (Lc 15.11-32) ou de ser curado/a assim como o mendigo cego que gritou a
Jesus pedindo por cura (Mc 10. 46-52), ou a sede da mulher hemorrágica (Mt
9.19-22) que nem teve coragem de clamar?
Qual é a nossa sede verdadeira por trás dos disfarces de que tudo parece
bem? Não seria a sede por amizade e amor de verdade, sem interesses
secundários? De ser reconhecid@ enquanto ser humano, independente de status?
Sede de viver de verdade e não esconder as preocupações e vulnerabilidades, sem
medo de que algum dia elas sejam usadas contra nós? Qual é nossa sede?
E quanto aos outros, como podemos ser fonte de água viva para a sede das
pessoas com as quais convivemos?
Que o bondoso Deus que nos conduz pelos caminhos da fé, da esperança e
do amor, lhes ajude a pense nisso. Amém.
Denise Süss, Ministra Candidata ao pastorado.
Paróquia de Ajuricaba
Gostei da sua mensagem....desejo que voce seja uma dicípula de deus! que Deus te abençoe!
ResponderExcluir